quarta-feira, 10 de junho de 2015

O Uso de aparelhos eletrônicos em sala de aula - Uma visão da dicotomia entre o ser e o deve ser. -

Marcilene Marcia de Oliveira Silva – Profª de Matemática
Márcia Nunes de Sá - Profª de História e Geografia
Maria das Neves Soares Protti – Profª de Português e Inglês
Rejane Cirílio Damasceno Pires – Orientadora Pedagógica
Romênia Silveira Jardins – Profª de Português e Inglês
Rosália de Pompeia Alvarenga Miranda – Profª de História e Geografia
Walter Vieira Junior – Profº de Filosofia*

Precisamos nos atualizar
O Presente artigo tem como proposta discutir o tema proposto não para que se tenha uma conclusão imediatista, mas sim, um pouco mais de material para uma possível ação na área educacional. Tem-se acentuado a constante indagação deste tema, devido a uso de aparelhos telefônicos em sala de aula. Haja vista, o crescente número de adeptos da telefonia móvel, crescente em nosso pais.Tal crescimento, atingi nossas crianças e adolescentes, no que se refere a alguns fatores que ao longo desse artigo iremos apresentar.


Em meio a modernidade tecnológica nasce algumas problemáticas substanciais decorrente dessa mudança de ações. Como trabalhar o uso dessas tecnologias sem que estas sejam desvios de atenção? É possível em uma época de mudanças, não dar atenção para as novidades e só vivermos um falso tradicionalismo educacional? Ao trabalharmos a suposta evolução tecnológica é possível a não apresentação das ferramentas desta educação, como por exemplo o uso de computadores. O que é aceito e o que não é aceito em sala de aula, em relação a dois aspectos:? Falta mais capacitação dos profissionais da educação ou realmente o que falta é um interesse em atualizar-se para essa nova postura?

Apresentamos alguns fatores problemáticos e que por sua vez não se fecha em si, o tema é complexo e poderia gerar várias outras indagações, que não constam aqui. O que nos interessa, mas do que responder de forma concreta é fazer uma reflexão sobre a ação humana no caminho de mudança, ou seja, colocar em discussão as transformações que se dão em sala de aula ao que se refere à utilização dos avanços tecnológicos.

E meio a essa nova revolução copernicana do século XXI, muitos profissionais da educação questionam o uso de certos equipamentos dizendo que estes equipamentos na verdade só servem para distrair ou até mesmo atrapalhar ao processo ensino-aprendizagem, em partes estão certos como também estão errados. Vejamos os lados positivos e negativos desse argumento

Positivo:
O uso de aparelhos eletrônicos, tais como o telefone e os novos smartphones que possuem acesso à internet e consequentemente ao mundo das redes sociais, mundo este que os nossos jovens estão bastantes familiarizados. Podem ser de fundamental utilidade no que tange as pesquisas virtuais, como: levantamento de dados sobre determinado tema, apresentação de argumentos e de novas perspectivas sobre aquilo que está sendo dado, transmissão e solucionamentos de conteúdos educacionais. Entre outros.

Negativo
A falta de conhecimento por parte dos alunos, em relação a utilização de ferramentas pedagógicas no mundo virtual, assim como a falta de preparo dos educadores no conhecimento e uso dessas ferramentas. No que acarreta na utilização dos aparelhos somente para uso primário[1].

Fica aí duas faces da mesma moeda, de um lado a necessidade de conhecer métodos novos, novos dispositivos e do outro, pela falta desse conhecimento a inércia existencial do pseudo tradicionalismo burocrático.

É inegável a evolução que se passa essa geração e como a sua atuação vem a romper com certas normas sociais. Porém não podemos nos chamar de educadores se o que mais fazemos é comparar esta geração com outra geração, sem contextualizarmos no tempo e espaço de cada uma. “Não é porque na nossa geração, nosso lazer era o diferente, que o que os jovens fazem hoje, seja, errado, é uma visão dando quanto saudosista e até fundamentalista acharmos que nossa geração seja melhor do que a outra.
Lembramos em que nossa época de estudos no então 2ºgrau, tínhamos uma vontade de visitarmos o laboratório de química e biologia, onde ali havia uma serie de experimentos que iam além do copinho com o feijão, hoje na maioria das escolas que trabalhamos esse laboratório não existe mais.

Nasceu a Era da Informática e sua implantação nas nossas escolas com o advento de uma modernidade fez com que fossemos sacudidos com as novas tecnologias e suas aplicações. Porém não prepararam os profissionais e em muitos lugares, “soltaram” os computadores e tchau. Com isso, como criar uma mentalidade de cooperação entre instrumentos novos e conceitos antigos? Cremos em dois aspectos importantes para o bom resultado entre esses dois mundos.

Há sem sombra de dúvidas uma mudança de paradigmas, novas visões de uma educação e novos meios de se trabalhar a educação. E esses dois mundos não são paradoxais, mas cremos que ambos se ajudam a se complementarem.

1º aspecto – Não podemos fechar os olhos para as mudanças. Seja elas como são, elas estão aí. O que nos cabe e saber desenvolver tais mudanças para que elas sejam acréscimos em nossa formação. O uso por exemplo de tablet na preparação das aulas, cerca de 460 mil foram distribuídos para os profissionais da educação do ensino médio em todo o Brasil. Tal atitude demonstra um desejo de inovação das práticas pedagógicas, porém não retira o peso da falta de projetos e de ações que possibilitem o uso de tais instrumentos nas nossas escolas.

2º Aspecto – Com o passar dos anos muitas tecnologias foram empregadas na educação, da criação da máquina de Impressão até as nossas fotocópias. Como negar a utilização de tais ferramentas como benéficas na construção da educação? Hoje nos perguntamos se é realmente viável conciliar aluno/atenção/equipamentos eletrônicos. Nunca paramos para discutir se a utilização do caderno era viável, por mais que muitos alunos usassem as folhas para a criação de “aviãozinhos” ou de “Bolinhas”, ou se deveríamos proibir o uso de canetas e lápis, pois muitas vezes riscavam as mesas e cadeiras além de usarem para ferir e cutucar os outros. Precisamos conscientizar e não proibir, ensinar a usar e não apenas deixar o uso ocorrer. Precisamos reinventar a educação com métodos novos e não apenas burocratizar o ensino.

Somos construtores do amanhã, da forma que colocamos o tijolo teremos uma parede solida ou não. Se queremos cidadãos críticos no futuro, que estejam a frente na sociedade, não podemos deixar que o medo nos acovarde e nos mantenha alienado para as transformações.
Sabemos que a ruptura com os modelos usados não é e não será fácil, mas se não avançarmos jamais saberemos como será. E talvez percamos, uma grande chance de crescermos na humildade de reconhecer nossas limitações, que os nossos métodos já não surtem efeito e que esses jovens podem muito bem nos ensinar a olhar a vida com outros olhos.

Busquemos, sim, o uso racional de tais aparelhos, sem diminuir em nada o que já se foi empregado, mas complementando com eles na construção de uma sociedade mais capacitada e menos obrigada a viver certas imposições apenas por uma crença em uma burocracia

Bibliografia

PRETTO, Nelson Educação e inovação tecnológica: um olhar sobre as políticas públicas brasileiras. http://www2.ufba.br/~pretto/textos/rbe11.htm - Acessado em 30/04/2015

SEABRA, Carlos. O celular na sala de aula.
https://cseabra.wordpress.com/2013/03/03/o-celular-na-sala-de-aula/ - Acessado em 05/05/2015

ANTÔNIO, José Carlos. Uso pedagógico do telefone móvel (Celular). https://professordigital.wordpress.com/tag/uso-pedagogico/ - Acessado em 03/05/2015

     SILVEIRA, Stefanie. Número de brasileiros que usa internet pelo celular cresce 106% em dois anos, diz pesquisa

Uso de celular em sala de aula proibido por lei









[1] Uso primário, aqui entendido como uso base de um determinado instrumento, ou seja, a falta de aprofundamento ou até de conhecimento em relação a ferramenta usada. Muitos jovens só usam a internet em seus aparelhos como meio de se comunicar (redes sociais) e esquecem a infinidade de possibilidades que podem fazer ao saberem usufruir de tais ferramentas.

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