Por: Walter Vieira Junior*
O texto, "O Bom professor para o aluno de hoje" parte II, retirado do livro “O bom professor e sua prática”, da autora,
Maria Isabel da Cunha, o livro retrata um estudo que a mesma efetuou com professores que
atuam na rede de ensino médio e superior. Criando assim, um excelente material
de consulta e de avaliação da prática do docente no seu cotidiano. Juntamente
com a entrevista feita com a Professora Pompéia, buscarei de forma sucinta,
expressar minhas considerações, relativo ao que considero dentro de minha área
de formação, quais práticas tornam um professor bem sucedido?
Essa reflexão nos
convida a também embarcarmos em uma própria consciência avaliativa, em vista de
buscarmos um aprimoramento das nossas condutas pedagógicas. Com base tanto no
texto extraído do livro como na entrevista percebemos três pilares que tanto a
autora Maria Isabel como a professora Pompeia salientam. 1º aspectos afetivos 2º
conteúdo de ensino e 3º metodologia do professor. Logicamente é de se
compreender a importância da formação no processo do educar, necessitamos constantemente
de reformular novos conceitos e até fortalecer ou reavivar antigos conceitos.
Sabemos que a cultura é uma variável e que de
certa maneira há uma influência própria dela em nossa sociedade. Seja nas
grandes metrópoles ou no cantinho de Águas Férreas, distrito de São Pedro dos
Ferros, onde leciono. A certeza é uma vivemos em “Tempos Modernos”. Chamo de “Tempos
Modernos”, um conceito relativo a pequena fronteira da relação existente entre
a disparidade do ser e do ter. Dois conceitos bastante discutidos e analisados
ao longo da História da Filosofia e, como tal, precisam ser cada vez mais
apresentados as novas gerações de alunos.
Mas como apresentar tais conceitos e se sair
bem? Como ser bem sucedido na empreitada da partilha do saber? Creio que as respostas
estão nos três aspectos desenvolvidos por Maria Isabel da Cunha e relatados
pela Professora Pompéia.
Primeiramente num mundo cada vez mais
individualizado, onde a afetividade é confundida com sexualidade, precisamos
desmistificar o conceito de autoridade, não como uma prática repleta de
subserviência e criar a autoridade, como a exemplo de Jesus, que anuncia como
quem tem autoridade
(Mateus 7,29; Marcos 1,22, Lucas 4,36), ou seja,
a autoridade esta na comunhão do falar e fazer, da teoria com a prática, da
palavra que se faz ação. Precisamos demonstrar mais autoridade com nossa
conduta verbalizada, mas também com a postura no agir. Sejamos participativos
da caminhada acadêmica de nossos alunos, que possamos nos alegrar com suas
conquistas e nos entristecer com suas derrotas, não nos tornar apenas meros
representantes do TER conhecimento, mas o SER exemplo da relação vivo para
conhecer e conheço para viver.
O segundo aspecto é que fundamenta o primeiro é
a apropriação daquilo que vou repassar, não podemos chegar em nossas aulas
acreditando que somos os detentores do conhecimento e que nossa palavra sobre o
assunto lecionado é uma LEI, mas pelo contrário, hoje, talvez, mais do que
nunca, com a influência das novas tecnologias, o aluno tem em seu professor um
orientador na caminhada em busca de conhecimento e não mais um sujeito que
limita o seu pensar com teorias frias e fundamentadas só no seu “achismo”. Os
alunos hoje podem buscar o conhecimento, sentados em uma praça de alimentação
ou no jardim da Praça do Arraial, o que eles precisam é desejam são
orientadores que levem a eles, caminhos, trilhas, estradas seguras e
confiáveis. É preciso então conhecer, por isso, a formação do professor é uma
formação contínua, ininterruptas, pois como já sabemos, um cego não pode criar
outro cego, pode?
Dentro desse aspecto, outro fator é a forma como
esse conteúdo é repassado, o jovem, até exageradamente, não larga seus
“brinquedinhos” eletrônicos criando assim certo desconforto em sala. Mediante
ameaça de privação de tais objetos são imediatamente deixados “ao lado”, pois
sala de aula não combina com tais instrumentos. Muitos opinam dessa maneira,
querendo a exclusão dessas ferramentas da distração. Uma aula onde o aluno não
é estimulado a avançar é fadada inércia. “Outro aspecto na relação
aluno-professor-aprendizagem é o prazer em estudar e isso se dá numa aula agradável,
ou seja, num clima positivo na sala de aula.”[1]
O aluno traz consigo uma bagagem que pode é deve
ser usada em sala. Para tal, a criação de aulas que estimulem tais alunos é
importantíssimo. “... preocupado
com o planejamento das aulas, estudioso, que saiba dar exemplo de boas maneiras
em relação à instituição, aos alunos, colegas de trabalho e meio ambiente,
saber que os alunos não aprendem do mesmo jeito e diversificar atividades.
Fazer uso das tecnologias oferecidas pela escola.”[2]
Há uma corrente que insiste em querer que tudo volte
como era antes, onde só o professor sabe e o aluno é uma gaveta vazia e sem
história, tais profissionais acabam perdendo os avanços que seus alunos podem
dar por causa de um saudosista, que não consegue se desvencilhar do
passado.
Por último, como uma sequencia de dominó, onde
uma peça “chama” a outra, assim é este terceiro aspecto, Se o primeiro está na
estrita relação professor-aluno, a segunda, está no eu sei o que irei
transmitir? Está última, recaí no como irei transmitir.
É evidente que a metodologia empregada se faz na
diversidade do ambiente escolar, como o próprio verso, no cantinho da pagina 53
de Cecília Meireles diz: “O vento é o mesmo; mas sua resposta é diferente em
cada folha.”[3] Como
esta sendo nossa maneira de “ventar”? Será que nosso vento trás frescor ou
destruição? O significado de metodologia é “o campo em que se estuda os
melhores métodos praticados em determinada área para a produção do conhecimento”[4],
sendo assim, parto do principio de que muitos dos nossos erros ao lecionar se
dá na falta de uma metodologia eficaz. Muitos alunos estão perdendo o gosto em
aprender, ficando dispersos em sala, alienados com as inovações, porque estamos
nos perdendo nos métodos.
Precisamos avançar não só nas ferramentas, mas
também na forma como usa-las. Precisamos, cada vez mais, nos capacitarmos se
queremos capacitar a outros, atualizar nossos métodos é um grande passo na luta
contra a desvalorização da educação. Hoje no Brasil o numero de aulas à
distancia é enorme, da educação via correio à salas multimídia, do cursinho por
correspondência ao curso superior. Metodologias foram sendo renovadas e
aplicadas para o melhoramento da própria educação. Sabemos que isso requer:
dedicação, coragem em romper com velhos estigmas, abertura ao “novo”, partilha
e busca de novos métodos, e é claro muito estudo.
Enfim para responder
a questão “Em minha área de formação, quais práticas tornam
um professor bem sucedido?.” Me baseio nestes três aspectos, certo de que neste
longo caminho chamado Educação, sou apenas mais um viajante trocando
experiências e adquirindo fôlego para caminhar. Citando Maria Isabel: “Para os nossos alunos
atuais, o Bom Professor é aquele que domina o conteúdo escolhe formas adequadas
de apresentar a matéria e tem bom relacionamento com o grupo.”[5]
Procuro desempenhar o meu papel, como alguém que ousa ir mais além, do que a
fronteira da mesmice pode me oferecer sei que não é fácil, mas também não é
utópico desejar uma educação de qualidade feita com carinho e respeito, do
jeito que penetre na alma e no coração, rica de conteúdo e no ritmo de cada um
no caminho da descoberta do saber.
* Bacharel em Filosofia pela Faculdade Arquidiocesana de Mariana e Lincenciando pelo Centro Claretianos. Professor de Filosofia do Ensino Médio e Cyber Cultura da Educação Integral da Escola Estadual Omar Rezende Perez,
[1]
CUNHA, Maria
Isabel da. O bom professor e sua prática. p.53
2011
[2]
Pompéia. Entrevista com a professora de Geografia cornetadaescola.blogspot.com
[3]
CUNHA, Maria
Isabel da. O bom professor e sua prática. p.53.
2011
[4]
Significados.com.br/metodologia/ acessado em: 11/11/2015
[5]
CUNHA, Maria
Isabel da. O bom professor e sua prática. p.63
2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário